Vista da principal avenida de Gramado, com prédios em estilo europeu, movimento de carros e turistas, ao entardecer

Viagem solo Serra Gaúcha: sem casal, sem clichê, com tudo que importa

Quando a gente ouve “Serra Gaúcha”, já vem aquele combo na cabeça: casalzinho de mão dada, fondue, vinho, clima de romance, foto na frente da Catedral de Pedra com filtro sépia. E olha, nada contra — mas dessa vez eu queria tudo, menos isso.

Resolvi fazer uma viagem solo pra lá. Sem grandes motivos existenciais, sem drama, sem aquela vibe “comprei uma passagem pra me reencontrar”. Eu só queria sair um pouco da rotina, comer bem, conhecer lugares bonitos e curtir no meu tempo, sem precisar negociar o que fazer com ninguém.

E posso falar? Foi ótimo.
Simples assim.

Viajar sozinha pela Serra foi leve, gostoso e sem nenhuma crise existencial. Fui com zero expectativas e voltei querendo repetir a dose. Nesse post eu vou contar o que me levou até lá, como organizei tudo (sem complicar), onde fiquei, como me virei nas cidades e, claro, as coisas que vivi — tudo que valeu a pena de verdade.

Se você tá aí pensando se vale ou não fazer essa viagem sozinha, talvez isso aqui te ajude a decidir. Ou pelo menos te inspire a montar a sua versão da Serra: sem casal, sem clichê, mas com tudo que importa.

Por que escolhi a Serra Gaúcha e como organizei tudo

Essa viagem começou com uma vontade simples: sair da rotina, pegar uns dias pra mim, sem grandes planos, sem depender de ninguém. Eu tava buscando um lugar que fosse bonito, tranquilo, com comida boa e que me desse aquela sensação gostosa de estar longe de casa, mas ainda assim com conforto e praticidade. A Serra Gaúcha apareceu como opção quase naturalmente. Tava há um tempo na minha lista, mas sempre deixava pra depois, talvez por achar que era um destino muito “de casal”. Dessa vez fui sem essa trava.

Organizar tudo foi mais fácil do que imaginei. Como eu tinha vários dias disponíveis, decidi conhecer algumas cidades da região — e isso foi uma das melhores partes da viagem. A graça foi justamente não me prender a um lugar só. Dividi os dias entre cidades com jeitos bem diferentes: uma mais charmosa, outra com clima de interior, uma mais voltada pra natureza, outra cheia de história e cultura alemã. Isso deixou a viagem variada e menos monótona, o que é ótimo quando você tá sozinha e quer movimento sem exagero.

Aluguei um carro porque, pra mim, faz toda a diferença ter liberdade total de horários. Pude sair mais cedo quando dava vontade, parar no caminho quando algo chamava atenção e evitar o estresse de depender de transporte ou passeios em grupo. As estradas são boas e os trajetos entre as cidades são curtos, então dirigir por lá foi bem tranquilo — e até gostoso, confesso.

As hospedagens foram todas escolhidas pensando no básico: localização boa, ambiente seguro e confortável, e principalmente, lugares onde eu me sentisse bem estando sozinha. Não procurei luxo, procurei sossego. Em todas me senti acolhida, sem aquele clima de “nossa, tá sozinha?” que às vezes aparece por aí. Ficar em lugares assim fez muita diferença na minha experiência — me ajudou a descansar de verdade, sem me sentir deslocada.

Pra organizar o dia a dia, fui bem na vibe do “vamos ver o que rola”. Tinha ideias do que queria conhecer, claro, mas sem aquela obrigação de “preciso fazer tudo”. E isso foi libertador. Teve dia que fiz mais coisa, teve dia que só caminhei sem pressa e terminei com uma taça de vinho. E tudo bem. Esse equilíbrio entre explorar e descansar, entre ver e sentir, é uma das melhores partes de viajar só. Você não precisa negociar com ninguém, só ouvir o que você tá com vontade de fazer naquele momento.

No fim das contas, a Serra Gaúcha me ofereceu exatamente o que eu tava buscando: uma mistura boa de beleza, silêncio, sabores, paisagens e pequenas surpresas pelo caminho. E o melhor: tudo isso sem depender de mais ninguém além de mim mesma.

O que vivi por lá

Uma das coisas que mais gostei nessa viagem foi poder combinar lugares com jeitos bem diferentes numa mesma região. Cada cidade tem uma personalidade, um clima, um ritmo. Mesmo estando tão próximas, elas oferecem experiências completamente distintas — e isso deixou minha viagem mais dinâmica, mais rica, e até mais divertida.

Eu comecei por aquela cidade mais famosa, cheia de vitrines, flores, arquitetura toda arrumadinha. Dali, fui me afastando um pouco dos clichês e entrando em ambientes mais tranquilos, com natureza, com história, com cara de interior. Teve momento de silêncio absoluto, teve momento de sentar num café só pra observar o movimento. E teve também aquele dia que terminou com vinho e céu nublado, do jeito que eu nem sabia que gostava tanto.

Não fui com um plano fechado de “vou fazer isso em tal lugar”, então deixei cada cidade me mostrar o que ela tinha. E foi assim que acabei tendo experiências muito mais autênticas do que se tivesse seguido um roteiro prontinho.

Essa mistura de paisagens, climas e sensações deu um sabor especial à viagem. E agora, revendo tudo, percebo como cada lugar me entregou uma coisa diferente — e como isso encaixou direitinho com o que eu precisava, mesmo sem saber.

Primeira parada: Gramado

Minha viagem começou por Gramado, e o acesso foi bem simples. Cheguei pelo Aeroporto de Caxias do Sul, que fica a cerca de 70 km da cidade, e de lá segui de carro. Já tinha feito a reserva antecipada no aeroporto mesmo, porque queria ter liberdade de circular pelas cidades da região sem depender de transfer ou tour. A estrada é boa, o trajeto tranquilo e, em pouco mais de uma hora, já estava no centro de Gramado.

Fiquei hospedada em uma região central, o que facilitou bastante. Quase tudo o que eu queria ver estava a uma caminhada de distância, então o carro ficou mais pra deslocamentos entre cidades ou lugares mais afastados. Gramado é uma cidade muito preparada pro turismo. Tem estrutura, é limpa, organizada e oferece tudo o que se espera de um destino turístico bem desenvolvido.

Comecei pelos pontos mais conhecidos, como o Lago Negro, que é uma parada clássica e agradável. Fiz a volta completa em ritmo tranquilo e valeu como passeio, principalmente pra quem curte caminhar ao ar livre. Depois fui até a Rua Coberta, que é outro lugar que acaba entrando no roteiro naturalmente. Ali é um espaço com cafés, lojas e restaurantes, bom pra fazer uma pausa e observar a movimentação.

Também aproveitei pra visitar o Mini Mundo, que é mais voltado pro público infantil, mas que tem uma proposta interessante. As réplicas são bem feitas, o lugar é bem cuidado e mesmo sendo algo simples, achei que valeu conhecer. Se estiver com tempo, é uma opção diferente do que normalmente se vê por aí.

Um dos lugares que mais gostei de ter incluído no roteiro foi o Le Jardin. O parque temático de lavandas é super bonito e bem cuidado, ótimo pra quem curte natureza e paisagens fotogênicas. Caminhei pelos jardins, sentei um pouco pra descansar e achei o ambiente muito agradável. Tem estrutura com banheiros, lojinha e um café, então dá pra ficar ali um bom tempo aproveitando com calma.

Outra parada que resolvi incluir e gostei bastante foi o Snowland. É um parque de neve indoor, com pista de esqui, área pra patinação e atividades com neve artificial. Mesmo viajando sozinha, achei divertido e bem estruturado. Dá pra curtir mesmo sem ter experiência com esportes de inverno. É uma atração diferente, ainda mais se você nunca teve contato com neve antes.

Ah, e claro: impossível passar por Gramado e não falar dos chocolates. A cidade é cheia de lojas especializadas, com vitrines super bem montadas e muitas opções artesanais. Acabei entrando em várias, experimentando algumas coisas diferentes e levando lembranças. Se você gosta de doces, vai encontrar bastante variedade por lá — e com qualidade.

No geral, Gramado foi um bom ponto de partida pra viagem. A cidade é bonita, fácil de explorar, tem estrutura e dá pra fazer bastante coisa sem precisar se deslocar muito. Mesmo sendo um destino super turístico, consegui montar uma experiência que fez sentido pra mim, combinando atrações mais conhecidas com outras menos comentadas, sem precisar correr de um lado pro outro.

Segunda parada: Canela

Saindo de Gramado, segui para Canela, que fica a apenas 7 km de distância. A proximidade entre as duas cidades torna o trajeto rápido e tranquilo. Com o carro alugado, o deslocamento foi fácil, e em poucos minutos já estava explorando as atrações de Canela.

Minha primeira parada foi no Parque do Caracol, um dos cartões-postais da região. O parque abriga a imponente Cascata do Caracol, com seus 131 metros de queda d’água. Caminhei pelas trilhas bem sinalizadas e aproveitei os mirantes para apreciar a vista da cascata e da vegetação ao redor. O parque oferece infraestrutura adequada, com banheiros, lanchonete e áreas para descanso.

Em seguida, visitei o Skyglass Canela, uma plataforma de vidro suspensa a 360 metros de altura sobre o Vale da Ferradura. A sensação de caminhar sobre o vidro, com a vista panorâmica do vale, é única. Para os mais aventureiros, há a opção do “Abusado”, um monotrilho com cadeiras suspensas que percorre a parte inferior da plataforma.

Passei também pelo Alpen Park, um parque de diversões com diversas atrações. Experimentei o trenó de montanha, que proporciona uma descida emocionante por trilhos em meio à natureza. O parque oferece outras atividades, como tirolesa, arvorismo e cinema 4D, sendo uma opção interessante para quem busca diversão ao ar livre.

No centro de Canela, explorei a Catedral de Pedra, uma igreja de estilo gótico construída com pedras basálticas. A arquitetura impressiona, e os vitrais coloridos no interior criam um ambiente acolhedor. À noite, a catedral recebe uma iluminação especial, realçando ainda mais sua beleza.

Aproveitei para caminhar pela Estação Campos de Canella, uma área revitalizada que abriga lojas, restaurantes e espaços culturais. O local preserva elementos da antiga estação ferroviária, como a locomotiva exposta, e oferece um ambiente agradável para passeios e compras.

Por fim, visitei o Mundo a Vapor, um parque temático que apresenta réplicas de máquinas a vapor em funcionamento. A atração é educativa e mostra o funcionamento de diversas indústrias, como fábricas de papel e olaria, em miniaturas detalhadas. O destaque é a fachada do parque, que reproduz um famoso acidente ferroviário ocorrido em Paris em 1895.

Canela se mostrou uma cidade acolhedora, com atrações variadas que agradam a diferentes perfis de viajantes. A combinação de natureza, cultura e entretenimento fez com que a visita valesse a pena.

Terceira parada: Nova Petrópolis

Depois de Gramado e Canela, segui para Nova Petrópolis, que fica a cerca de 35 km de distância. O trajeto é curto e tranquilo, e o mais interessante é que esse trecho faz parte da famosa Rota Romântica, que passa por estradas cercadas de vegetação, pequenos vilarejos e muitos pontos de parada com produtos coloniais. É um caminho bonito, fácil de dirigir e que já antecipa o que você vai encontrar na cidade.

Nova Petrópolis tem uma pegada completamente diferente das outras. Enquanto Gramado é cheia de movimento e Canela mistura turismo com natureza, aqui tudo é mais calmo, simples e com cara de cidade pequena mesmo. Mas não se engane: tem muita coisa legal pra ver e viver.

A primeira parada foi a Praça das Flores, que é o coração da cidade. Ao redor dela ficam vários pontos turísticos e lojas, então foi um bom lugar pra estacionar o carro e explorar a pé. A praça é bem cuidada, com canteiros floridos, bancos e sombra. Um lugar ótimo pra sentar, comer algo e observar o ritmo mais devagar da cidade.

Bem ao lado está o Labirinto Verde, que é um dos pontos mais conhecidos de Nova Petrópolis. Ele é exatamente o que o nome diz: um labirinto feito com cercas-vivas altas, onde você entra e tenta encontrar o centro. É simples, mas divertido. Não é uma grande atração, mas tem seu charme e rende boas fotos. Vi várias famílias com crianças por lá, mas mesmo sozinha achei legal de conhecer — e confesso que demorei mais do que achei que ia demorar pra sair do meio.

Além disso, caminhar pelas ruas próximas ao centro foi uma boa surpresa. A cidade tem um ar bem germânico, com casas em estilo enxaimel, pequenos comércios locais e um ritmo mais tranquilo. Visitei uma loja de artesanato com produtos feitos ali mesmo, à mão, e vi muita coisa típica da cultura alemã: desde cerâmicas até doces, bordados e pães caseiros.

Outro ponto alto da cidade é que tudo é mais acessível e menos comercial. Não tem aquele clima de “cidade montada pra turista”, o que deixou a visita mais autêntica. Dá pra ver que as pessoas realmente vivem ali e que o turismo é complementar, não o centro de tudo.

Se você estiver buscando uma parada mais tranquila, com boa comida, produtos locais e um pouco de história da imigração alemã no Brasil, Nova Petrópolis é uma excelente opção. É fácil de visitar em um dia, não exige planejamento e tem um clima bem acolhedor. Vale a parada — principalmente se você quiser sair um pouco do circuito tradicional da Serra e conhecer algo menos falado, mas com muita personalidade.

Quarta parada: Bento Gonçalves

De Nova Petrópolis até Bento Gonçalves são cerca de 70 km, e o trajeto é bonito, passando por paisagens com parreirais, propriedades rurais e estradas mais sinuosas. É uma região mais voltada pro interior mesmo, com aquela cara de campo e tradição. Chegando lá, o centro urbano da cidade não chama tanto atenção, mas tudo que interessa de verdade está ao redor, principalmente no Vale dos Vinhedos.

Ali, a proposta é simples: comer bem, beber melhor ainda, e curtir o ritmo das coisas sem pressa. O Vale é cheio de vinícolas, uma colada na outra, e a maioria oferece degustações, visitas ou pelo menos um espaço agradável pra você parar, pedir uma taça e aproveitar a vista. Fiz tudo por conta, com o carro, escolhendo onde entrar conforme o tempo e o clima do dia.

Mesmo viajando sozinha, me senti super à vontade nas vinícolas. Os lugares são preparados pra receber bem qualquer tipo de visitante — casais, grupos, famílias ou gente sozinha — e isso fez diferença. Não teve aquele constrangimento de “mesa pra uma”, sabe? Fui no meu tempo, experimentei o que quis e aproveitei.

E claro que não dá pra falar de Bento sem falar do passeio de Maria Fumaça. Comprei o ingresso com antecedência, o que é importante fazer porque os horários são limitados, especialmente fora de temporada. O trem parte de Bento Gonçalves e vai até Carlos Barbosa, passando por Garibaldi no caminho. O trajeto total é de cerca de 23 km e dura mais ou menos 1h30, mas o diferencial está na experiência.

Durante o passeio rolam apresentações culturais dentro dos vagões — música italiana, gaúcha, performances de dança — e há uma parada na estação de Garibaldi com degustação de espumante, vinho e suco de uva. Tudo incluso no ingresso. O retorno até Bento é feito de ônibus, já incluso no pacote, então é tudo bem organizado e tranquilo pra quem tá sozinha. Não tem que se preocupar com logística, é só curtir.

O passeio é bem turístico? É. Mas também é divertido, animado e entrega uma experiência típica da região. A maioria das pessoas vai em grupo, mas eu fui sozinha e achei que valeu demais. Me diverti, aproveitei as apresentações e ainda aprendi bastante sobre a história da imigração italiana no caminho.

Além disso, visitei uma propriedade rural mais simples, daquelas que vendem queijos, salames, pães coloniais, tudo feito ali mesmo. Atendimento direto, produtos ótimos e preços mais honestos do que nas lojas das cidades maiores. São esses lugares menores, fora do circuito famoso, que muitas vezes surpreendem mais.

Bento tem um perfil diferente de Gramado e Canela. Aqui a vibe é outra: mais rural, mais autêntica, mais sobre os sabores e menos sobre a estética. É um destino que funciona muito bem pra quem viaja sozinho, porque você pode montar seu próprio ritmo — com silêncio, comida boa, paisagem bonita e uma taça de vinho sempre por perto.

Última parada: Cambará do Sul

Cambará do Sul foi a última parada da viagem e, apesar de estar um pouco mais afastada do circuito tradicional da Serra Gaúcha, foi uma das experiências mais marcantes. Saí de Bento Gonçalves bem cedo, porque o trajeto leva cerca de 3 horas — são pouco mais de 140 km, mas a parte final da estrada é lenta. O caminho mistura trechos asfaltados com trechos de chão batido e buracos, então é bom ir sem pressa, e de preferência com um carro mais alto.

A cidade é pequena, com uma estrutura bem mais simples do que Gramado, por exemplo. Aqui não tem centro movimentado, nem vitrines iluminadas. Cambará é conhecida mesmo pela natureza, principalmente pelos cânions, e é por isso que muita gente vai até lá.

Fiz os dois passeios mais conhecidos da região: Cânion Itaimbezinho e Cânion Fortaleza. Os dois ficam dentro de parques nacionais e têm acesso por estrada de terra. É importante saber que, mesmo sendo áreas protegidas, a estrutura ainda é básica. Leve água, protetor solar, boné, e se puder, chegue cedo — tanto pra evitar o calor (ou neblina, dependendo do clima) quanto pra pegar as trilhas mais vazias.

O Itaimbezinho é o mais visitado. A entrada é gratuita, e há duas trilhas principais: a do Vértice e a do Cotovelo. Ambas são tranquilas de fazer sozinha, com sinalização boa, terreno plano e visual impressionante. A caminhada é leve, mas o visual é forte: paredões gigantes com mata fechada lá embaixo, além de uma queda d’água no meio do cânion.

O Fortaleza já é um pouco mais distante, e a estrada até lá é bem mais precária. Mas se você tiver tempo (e disposição pra dirigir devagar), vale a pena. A trilha até o topo é um pouco mais puxada, mas o visual é ainda mais amplo, com vista panorâmica das bordas do cânion. Em dias de céu limpo, dá pra ver muito longe, e é o tipo de paisagem que impressiona até quem já viu muita coisa por aí.

Como fui sozinha, optei por não fazer trilhas longas ou alternativas — foquei no que dava pra fazer com segurança, com estrutura e dentro do horário comercial. Dá sim pra explorar Cambará por conta própria, sem guia, mas é importante se informar antes, principalmente sobre clima. Em dias de neblina, a visibilidade cai quase a zero e o passeio simplesmente não rende.

No geral, Cambará foi o encerramento perfeito pra essa viagem. Não tem charme urbano, não tem fondue, nem centro turístico. Mas tem silêncio, ar puro, vistas imensas e uma sensação boa de isolamento, no melhor sentido. É um lugar que exige mais logística, mas entrega uma conexão muito forte com a paisagem.

Se você estiver com tempo, vale dormir pelo menos uma noite por lá — até pra descansar do bate-volta. Tem hospedagens mais simples, algumas em meio à natureza, e a cidade, apesar de pequena, tem o básico pra passar bem.

O que fez essa viagem solo realmente valer a pena

Viajar sozinha pela Serra Gaúcha foi uma decisão acertada. Não teve nada de épico ou transformador — teve praticidade, conforto, segurança e uma dose saudável de autonomia. Em todos os lugares por onde passei, consegui montar um roteiro que fazia sentido pra mim, no meu ritmo, com as minhas prioridades.

A estrutura da região ajuda muito. As cidades são próximas, bem sinalizadas, com estradas boas e fáceis de dirigir. Com um carro e o mínimo de organização, é possível circular com tranquilidade. As atrações são variadas e funcionam tanto pra quem vai em grupo quanto pra quem viaja só. Em nenhum momento me senti deslocada. Fui bem recebida em todos os lugares — de cafés simples a parques e vinícolas.

Gramado e Canela têm um apelo mais turístico, é verdade, mas ainda assim dá pra aproveitar bem fora dos roteiros prontos. Já Bento Gonçalves e Nova Petrópolis mostram um lado mais local, com comida boa, cultura de verdade e gente que recebe bem. Cambará do Sul, com seus cânions e trilhas, fecha o roteiro com uma paisagem completamente diferente — e que vale o deslocamento.

Se você tá pensando em fazer essa viagem, minha resposta é simples: vai. Dá pra montar um roteiro solo com segurança, com boas experiências e com liberdade total pra fazer tudo do seu jeito. Sem depender de companhia, sem precisar se encaixar em um roteiro que não é seu. É só você, sua rota, e a chance de aproveitar tudo no tempo certo.

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